sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Mais um lindo depoimento!

"Prezado autor,

Quero parabenizá-lo por seu livro Pinóquio do Asfalto, um livro comovente, verdadeiro, que nos faz pensar na forma como olhamos os mais necessitados. Fiquei impressionada com o enredo quando comprei seu livro na Flinksampa e sua prestatividade em nos atender. Somente alguém de bom coração poderia fazer algo tão puro, tão bonito, tão necessário. De todos os livros que comprei nos últimos anos, este, sem dúvida, foi o melhor. Foi um presente que me dei e me fez pensar no meu modo de agir, na minha cidadania.
Na última semana eu encontrei um grupo de meninos na rua, perto de onde trabalho. Eu e minha amiga fomos almoçar em uma padaria e depois compramos um salgado grande e um refrigerante para cada um, depois fomos levar para eles. Os meninos me olhavam como seu eu fosse um anjo (apesar dos meus quilinhos a mais, que jamais me permitiriam voar, mesmo com asas potentes). Perdoe a piada, mas só sou gordinha porque eu posso comer. Já eles, não. Não há gordo sem-teto. O pobre nem tem o direito de ser guloso. Eu e minha amiga conversamos com eles sobre muitas coisas, passamos o restante do horário de almoço falando com eles, ouvindo com dor no coração tudo que já haviam passado em seus dez e onze anos de idade. Era muita tristeza.
Nós, então, decidimos perguntar se eles tinham um sonho de Natal, pensamos em comprar um brinquedo para cada um, mas ficamos chocadas quando um deles disse que no Natal ele não queria passar fome e o outro falou que queria ganhar uma família. Meu Deus! É nessas horas que o ódio sobe à cabeça e eu viro um bicho, com tanto político safado, ganhando dinheiro na moleza e roubando tudo que conseguem sem a menor punição, esses meninos são obrigados a viver da generosidade das pessoas que passam ao seu lado. Isso é injusto! Senti uma vontade louca de invadir a Câmara Municipal e pegar cada político pela gravata, colocá-lo sentado na sarjeta para ouvir o que a incompetência deles faz por esses brasileirinhos que muitas vezes sequer tem esperança. É da responsabilidade deles fazer algo para acabar com esse sofrimento, para que os Pinóquios do Asfalto sejam meninos de verdade, como você bem disse em sua história.
Perdoe-me pelo desabafo, mas seu livro aumentou a minha indignação e alimentou minha vontade de fazer algo socialmente. Quero ver se aqui na empresa nós fazemos uma festa de confraternização e convidamos esses meninos. Vamos ver se a diretoria aprova.

Obrigado, Egidio. Que você tenha um Natal maravilhoso e que seu coração continue tão valoroso.

FR"


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Pinóquio do Asfalto recebe elogio de um pai de família.

"Ah, a leitura! Que coisa maravilhosa, você pode voar sem ter asas, sonhar sem precisar pegar no sono, amar os personagens, viver outras vidas, em outros tempos. Quando peguei Pinóquio do Asfalto para ler jamais pensei viver a emoção de um mundo que desconheço. O autor soube ligar vários mundos, do mundo dos clássicos ao mundo marginal, do mundo dos ricos ao universo dos marginalizados. Quantas crianças são empurradas para a marginalidade pela própria sociedade? Sim, o livro nos mostra de uma forma poética a luta do dia a dia de pequenos infratores que o que mais querem é sobreviver. São apenas meninos que cheiram cola para viver fantasias, já que a infância lhes foram furtadas. São anjos marginais de rostinhos encardidos, de pés descalços. Para eles somos os demônios burgueses que os ignoram, repudiam e querem lhes ferir ainda mais do que sua realidade. Sim, somos maus, somos cruéis, somos os verdadeiros vilões da história. Será que essas crianças um dia crescerão e serão homens e mulheres integrados à sociedade, ou desintegrados pela nossa crueldade. 
Obrigado Egídio por essa leitura reflexiva, que mostra o que está diante do nosso nariz e não queremos enxergar. Pinóquio do Asfalto é uma obra obrigatória para qualquer família, para qualquer escola, para qualquer um que queira um Brasil melhor. Aqui em casa eu, minha esposa e meus filhos leram e aprenderam essa lição.
Marcelo Pereira"
Obrigado, Marcelo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Mais um depoimento!


Às vezes a gente tem atitudes idiotas. Ultimamente eu pensava em me suicidar, achava que minha vida não servia para nada. Depois que li os depoimentos do livro Pinóquio do Asfalto eu percebi como eu estava sendo retardada. Vi cada pessoa que lutava por sua vida miserável e eu, com saúde, com dinheiro e com família que me ama estava sendo egoísta. Por quê? Minha vida não tinha mais significado depois que me divorciei do meu ex-marido. Ele me traía, era o mínimo que eu devia fazer. Ele sequer se incomodou com o pedido e eu, nos meus 32 anos de idade estava me comportando como uma criança mimada. Esses depoimentos me deram coragem de reerguer, de superar minhas questões emocionais. Decidi ir trabalhar, meu pai até se prontificou em montar uma loja em um shopping, mas eu optei por não aceitar, fui atrás de emprego, que sentir que minha vida tem algum valor. Eu não vou mais me entregar. Meu ex-marido que se exploda. Amo me seus pais, mas quero conquistar meu mundo. 
Eu fui a uma feira de livros e comprei o Pinóquio do Asfalto que eu tanto procurava, li a história e adorei, entendi o motivo dos depoimentos tão puros e sinceros. Após ler o livro eu dei ele de presente para a minha psicóloga, que devorou o livro também e ainda me falou: Este livro, de certa forma, te salvou. Não adianta tratamentos psicológicos se a pessoa não buscar sua essência, não entender seu significado. Por isso, deixo meu obrigado para o autor Egidio Trambaiolli Neto por essa obra que fez muitas pessoas a se encontrarem.
Samantha


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Mais um emocionante depoimento

Meu nome é Mariana, escrevo para falar sobre o Pinóquio do Asfalto. Este livro tem algo mágico, diferenciado, faz a gente pensar. Meu pai é militar, daqueles rigorosos. Na semana passada ele viu o meu Pinóquio do Asfalto em cima da mesa da sala e, quando eu menos esperava, lá estava ele lendo o seu livro. Em vez de olhar para a TV fiquei vendo as expressões que ele fazia, ora franzia a testa, ora erguia as sobrancelhas, ora torcia a boca, era uma academia de expressões faciais. Embora eu ainda estivesse lendo o capítulo 4 eu preferi deixar que ele terminasse a leitura. Quando ele terminou colocou o livro no colo, olhou para cima e ficou pensando. Provavelmente nos pivetes que ele tanto reclama quando estamos jantando. Acho que o livro o fez enxergar por outro lado o problema de nossa sociedade. Ele ficou analisando seus pensamentos, abrindo cada gavetinha de dentro de seu crânio e ali permaneceu desconectado de nosso mundo por vários e vários minutos. Depois, ele colocou o livro de volta na mesa da sala e me perguntou se eu já havia terminado a leitura. Disse que não, já imaginando ele falar que tudo isso era besteira, fantasia, que os meninos são marginais irrecuperáveis. Puro engano. Ele falou que o livro era muito bom e que ia querer conversar comigo depois que eu terminasse de ler. Ele levantou-se e foi tomar banho e fazer outras coisas, mais tarde, ele voltou e perguntou: já terminou de ler? Eu respondi que sim, aí ele disse que queria conversar comigo. Sentamos juntos e ele me disse que essa história conseguiu tocar seu coração. Isso me deixou assustada, nunca imaginei que o coração de pedra de meu pai fosse ser tocado por algo tão avesso à sua realidade. Eu até brinquei, perguntei se ele estava passando bem, ele me repreendeu e disse que era um assunto sério, que se o Brasil cuidasse melhor de nossas crianças, essa realidade não seria algo tão difícil de lidar. Ele me disse que iria comprar seu livro para dar para um menino que cheira cola na região do centro de São Paulo, ele disse que esse menino dava muito trabalho, que ele era muito amargurado e precisava acreditar que a mudança é possível e que é preciso ser corajoso para enfrentar seus problemas, como o menino do livro. Eu questionei: pai, você vai dar um livro para quem nem sabe ler direito? Ele me respondeu: Não, eu vou dar uma esperança para quem nem saber viver direito. É, o livro ensinou o meu pai a enxergar com outros olhos os meninos de rua e me ensinou a enxergar melhor o meu pai. Parabéns pelo seu livro, lindo e educativo para qualquer idade!


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Que coisa linda este depoimento!

Que coisa linda este depoimento!!! Os nomes foram omitidos para evitar a exposição dos personagens desta linda história.
"Bom dia senhor Egidio
Estou feliz por ter lido seu livro, ele me ajudou a abrir os olhos para a difícil realidade dos petizes que estão à solta em nossas cidades, jogados à sorte (ou ao azar). Seu livro me fez lembrar de um garoto que certa vez conheci rondando o aeroporto de Congonhas. Era um menino negrinho com uns sete anos de idade, era um dia frio e ele estava só de camisetinha surrada, cheia de buracos, calção e um tênis muito desgastado. Eu estava esperando minha filha me buscar e ele se aproximou com o rostinho sujo, ele era tão magrinho que imaginei que mais um pouco ele seria apenas um feixe de ossinhos miúdos. Ele chegou perto de mim e me chamou com os braços escondidos dentro de sua camiseta, batendo os dentes. Eu logo imaginei que ele pediria dinheiro ou comida, mas não, ele me pediu uma blusa, pois eu estava com uma blusa avulsa na mão, além do pesado casaco que eu vestia. Olhei para ele e senti seu sofrimento. Se fosse meu filho eu jamais deixaria passar frio. Peguei minha blusa que comprei na Europa e falei para ele vestir, cabia mais uns três daquele menino ali. Mesmo correndo o risco de saber que ele poderia não estar ali, disse a ele que se esperasse eu compraria algo para ele comer e uma blusa mais apropriada para o seu tamanho. Ele disse que sim com a cabeça e ficou sentadinho me esperando. Comprei uma blusa que lhe caberia com mais precisão, uma calça jeans, um par de meias, quatro salgados e um copão de chocolate quente. Pensei que não o encontraria, mas ele sequer se mexeu, diferente de nós que não confiamos em ninguém, ele confiou e estava ali. Primeiro eu lhe dei a blusa, seus olhos brilharam como duas estrelas em meio à escuridão. Ele a retirou com todo o cuidado e pediu-me desculpa. Perguntei por que e ele respondeu que era porque ele estava sujo e devia ter sujado minha blusa. Eu disse que não era para se preocupar, e ele perguntou se eu não tinha nojo dele. Senti-me mal, imagino como ele se sentia e como era tratado. Em seguida eu o ajudei a se vestir, o frio não ia mais castigá-lo tanto quanto estava castigando. Ele colocou a blusa com um sorriso iluminado, tirou o tênis, calçou as meias, colocou a calça por cima do calção e ficou me olhando. Lembrei-me do que eu havia comprado para ele comer e beber. Eu jamais havia visto alguém tão faminto, em poucos minutos ele comeu tudo, mas o chocolate quente, este não, ele bebeu devagarzinho. Perguntei se estava gostoso e ele disse que sim, que estava esquentando suas mãos. Aquela criança estava me dando uma enorme lição de vida. Por fim decidi perguntar sobre a família dele e ele levantou os ombros como se disse que não sabia. Foi doloroso ver que esse laço de ternura não existia. Perguntei se ele tinha pai, ele respondeu que não, perguntei se tinha mãe ele apenas sinalizou que sim com a cabeça. Pouco depois minha filha chegou. Eu pedi para o garoto nos acompanhar e perguntei onde a mãe dele estava. Ele nos levou a uma toca embaixo de um dos viadutos da região, pedi para minha filha estacionar e ao garoto para chamar sua mãe. Pouco depois a mulher chegou, parecia drogada, olhei seus dedos e vi as queimaduras típicas dos usuários de crack. Apesar da dificuldade de se comunicar pedi a ela se me daria a guarda do filho para que eu cuidasse dele. Ela simplesmente fez um gesto com a mão como se dissesse “leva embora”. Disse a ela que conversaria com meu advogado para regularizar o processo. Eu me abaixei e falei com o menino se ele gostaria de morar com a minha família, ele pulou no meu pescoço e me deu um abraço tão forte que não precisou de mais nada. Pedi que ele ficasse com a mãe e que logo eu estaria ali para ajudá-lo. Dei duzentos cinquenta reais para a mãe e disse que era para alimentá-lo, sei que boa parte ela deve ter usado com drogas, mas creio que seria o suficiente até que eu voltasse com uma caixa de mantimentos. Dias depois já dávamos entrada na solicitação da guarda do menino. Passaram cinco anos desde então, há três anos o garoto vive com a minha família, ele está na escola e recuperou o direito de ser criança. Sua educação é exemplar, ele nos respeita bastante, mesmo sendo adotivo. Sentimos a gratidão. Curiosamente, foi ele que me deu seu livro, ele usou o dinheiro da própria mesada para ir à livraria e comprar seu livro. No começo do mês recebi o livro Pinóquio do Asfalto de presente de aniversário junto com um cartão que dizia: Pai, essa é a nossa história, você me fez um menino de verdade. Tem como não chorar?
J.C.A."
Simplesmente não tem como não chorar!


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Depoimento: Praça da Luz!

Mais um depoimento interessante, traz o valor da sabedoria.
"Eu ainda não li seu livro Pinóquio do Asfalto (estou desempregado), mas tenho acompanhado os depoimentos no Facebook. Mas, na semana passada eu estava na Praça da Luz, na Estação da Luz e vi um senhor velho lendo seu livro, sentei do lado dele e puxei conversa. Perguntei se ele estava gostando do livro, ele respondeu que era a terceira vez que lia o livro. Eu falei: terceira vez? Ele fechou o livro e respondeu: a leitura de uma boa história oferece mais do que um momento de diversão, são lentes que nos fazem enxergar mais além. Esse livro é um poderoso telescópio que faz com que a gente enxergue outros mundos, muitos deles debaixo do nosso nariz.
Por alguns segundos eu fiquei olhando nos olhos do senhor, eram embaçados. Ele olhou nos meus olhos e falou: você deve achar que sou cego, mas não sou, vou operar da catarata estou esperando, o sistema de saúde do governo é bem lerdo, por isso, eu leio para rechear a minha mente, se eu ficar cego de uma hora para a outra, vou beber na fonte da memória.
Eu perguntei por que ele gostava do seu livro e ele me falou ainda sem parar de olhar nos meus olhos. Ele disse: atrás de mim deve ter um pobre homem com roupas encardidas, cabelos e barba enormes. Parece que ele tem 50 anos de idade, mas só tem 28. Bastou uma pessoa para fazer isso com ele, alguém que lhe convenceu a usar drogas, para que uma sociedade inteira virasse as costas para ele. Mais para o fundo do parque tem uma menina que acho que é menor de idade que se prostitui para comprar crack. A sociedade faz de conta que ela não existe. E aqui em frente a estação há meninos que pedem dinheiro ou roubam porque foram colocados para fora de casa como se fossem sacos de lixos para serem coletados. Esse livro fala um pouco de cada um desses meninos, um pouco do mendigo e da prostituta arrastados pela droga. Eu mesmo sei como é viver nas ruas, quando eu cheguei a São Paulo eu acabei embaixo de um viaduto, eu tinha catorze anos, eram outros tempos, mas provei de tudo e apanhei da polícia, de marginais e até usei drogas, mas eu não tinha vindo para cá para virar lixo, no lugar de pedir moedas eu pedi um emprego e consegui. Comecei como servente de pedreiro, morava na obra, fui me erguendo. Agora já estou velho, não tenho muito dinheiro, sou aposentado e penso muito no passado. Quando eu li este livro pela primeira vez eu me senti tocado, fiquei emocionado, pensei nos meninos, nos mendigos e nas prostitutas que não vivem, apenas se viram, é um livro verdadeiro.
Eu não sabia o que dizer, ele me deixou emocionado. Ele deu uma pausa e olhou para mim com seus olhos embaçados e falou: Talvez amanhã ou depois eu não esteja mais aqui, mas sei que estarei aqui! Disse o homem tocando a minha testa com um de seus dedos. Aqui! Falou tocando no meu peito, onde está o coração e finalizou dizendo: E aqui, apontando para o seu livro. Fiquei emocionado, saí da praça como se eu tivesse aprendido mais naquela conversa do que na vida toda.
Marcelo de Oliveira"
Obrigado Marcelo por compartilhar esta sua experiência.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Mais depoimento

Novo depoimento, os nomes foram ocultados e o texto preservado:

Prezado senhor Egidio,

Hoje eu criei coragem de falar e decidi escrever pra você. Durante doze anos eu morei na rua aqui em Porto Alegre e aqui ser negro é um problema, o povo é racista. Foi um gay que talvez pelo preconceito que ele também sofria que me ajudou, que superou a diferença da cor da nossa pele, em troca de sexo. O nome dele era M.S. ele era ermafrodita mulher sua parte de homem não tinha funcionamento. O problema dele é que tinha AIDS e morreu por causa disso. Eu também tenho essa maldita doença e peguei dele, tomo alguns remédio do governo, mas não vivo mais na rua, eu era burro e não sabia como tomar cuidado com a AIDS. Ele me deixou um apartamento pequeno pra mim, dois anos depois que ele morreu eu casei com uma mulher e eu trabalho vendendo peças de carro numa loja em Porto Alegre. Eu agradeço muito ele por ter me tirado da rua, com o tempo fomos felizes juntos, hoje vivo com a minha mulher, mas eu não posso ter filho com ela, eu amo ela e não quero que ela pega AIDS e tenho medo de adotar e eu morrer logo. O sobrinho do M.S. me deu um livro seu do Pinoquio do Asfalto, eu não sou muito de ler, leio mais jornal de esporte, sobre o Colorado, mas a história que você fez me lembrou minha infância e eu li o livro inteiro. Sabe, senhor Egidio, sua história conta uma verdade, a gente que mora na rua só chama a atenção de bandido, viviam querendo que eu vendesse droga, preferi vender meu corpo, acho que fiz menos mau doque vender a morte. Minha história não tem um final feliz, mais é menos infeliz do que ia ser.

R. A. O.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Colégio Porto Rossetti

Ano passado a Editora Uirapuru esteve no Colégio Porto Rossetti participando da feira do livro, com palestra e autógrafos.