sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Pinóquio do Asfalto recebe elogio de um pai de família.

"Ah, a leitura! Que coisa maravilhosa, você pode voar sem ter asas, sonhar sem precisar pegar no sono, amar os personagens, viver outras vidas, em outros tempos. Quando peguei Pinóquio do Asfalto para ler jamais pensei viver a emoção de um mundo que desconheço. O autor soube ligar vários mundos, do mundo dos clássicos ao mundo marginal, do mundo dos ricos ao universo dos marginalizados. Quantas crianças são empurradas para a marginalidade pela própria sociedade? Sim, o livro nos mostra de uma forma poética a luta do dia a dia de pequenos infratores que o que mais querem é sobreviver. São apenas meninos que cheiram cola para viver fantasias, já que a infância lhes foram furtadas. São anjos marginais de rostinhos encardidos, de pés descalços. Para eles somos os demônios burgueses que os ignoram, repudiam e querem lhes ferir ainda mais do que sua realidade. Sim, somos maus, somos cruéis, somos os verdadeiros vilões da história. Será que essas crianças um dia crescerão e serão homens e mulheres integrados à sociedade, ou desintegrados pela nossa crueldade. 
Obrigado Egídio por essa leitura reflexiva, que mostra o que está diante do nosso nariz e não queremos enxergar. Pinóquio do Asfalto é uma obra obrigatória para qualquer família, para qualquer escola, para qualquer um que queira um Brasil melhor. Aqui em casa eu, minha esposa e meus filhos leram e aprenderam essa lição.
Marcelo Pereira"
Obrigado, Marcelo.

Um comentário:

  1. Prezado autor,

    Quero parabenizá-lo por seu livro Pinóquio do Asfalto, um livro comovente, verdadeiro, que nos faz pensar na forma como olhamos os mais necessitados. Fiquei impressionada com o enredo quando comprei seu livro na Flinksampa e sua prestatividade em nos atender. Somente alguém de bom coração poderia fazer algo tão puro, tão bonito, tão necessário. De todos os livros que comprei nos últimos anos, este, sem dúvida, foi o melhor. Foi um presente que me dei e me fez pensar no meu modo de agir, na minha cidadania.
    Na última semana eu encontrei um grupo de meninos na rua, perto de onde trabalho. Eu e minha amiga fomos almoçar em uma padaria e depois compremos um salgado grande e um refrigerante para cada um, depois fomos levar para eles. Os meninos me olhavam como seu eu fosse um anjo (apesar dos meus quilinhos a mais, que jamais me permitiriam voar, mesmo com asas potentes). Perdoe a piada, mas só sou gordinha porque eu posso comer. Já eles, não. Não há gordo sem-teto. O pobre nem tem o direito de ser guloso. Eu e minha amiga conversamos com eles sobre muitas coisas, passamos o restante do horário de almoço falando com eles, ouvindo com dor no coração tudo que já haviam passado em seus dez e onze anos de idade. Era muita tristeza.
    Nós, então, decidimos perguntar se eles tinham um sonho de Natal, pensamos em comprar um brinquedo para cada um, mas ficamos chocadas quando um deles disse que no Natal ele não queria passar fome e o outro falou que queria ganhar uma família. Meu Deus! É nessas horas que o ódio sobe à cabeça e eu viro um bicho, com tanto político safado, ganhando dinheiro na moleza e roubando tudo que conseguem sem a menor punição, esses meninos são obrigados a viver da generosidade das pessoas que passam ao seu lado. Isso é injusto! Senti uma vontade louca de invadir a Câmara Municipal e pegar cada político pela gravata, colocá-lo sentado na sarjeta para ouvir o que a incompetência deles faz por esses brasileirinhos que muitas vezes sequer tem esperança. É da responsabilidade deles fazer algo para acabar com esse sofrimento, para que os Pinóquios do Asfalto sejam meninos de verdade, como você bem disse em sua história.
    Perdoe-me pelo desabafo, mas seu livro aumentou a minha indignação e alimentou minha vontade de fazer algo socialmente. Quero ver se aqui na empresa nós fazemos uma festa de confraternização e convidamos esses meninos. Vamos ver se a diretoria aprova.

    Obrigado, Egidio. Que você tenha um Natal maravilhoso e que seu coração continue tão valoroso.

    Fátima Rodrigues

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