Egidio Ontem fiquei com muita emoção, só pode ter sido a mão do Senhor, ganhei seu livro Pinóquio do Asfalto em um sorteio. Li o livro duas vezes e hoje eu não podia deixar de escrever para você. Durante um tempo eu morei na rua com o meu irmão mais novo, nós vivemos o inferno. A gente não tinha o que comer, não tinha o que vestir, nem como tomar banho. Minha família era pobre, meu pai eu nem sequer sei quem foi, a minha mãe, minha irmã e minha avó moravam no Morro do Bumba com a gente no Rio de Janeiro, num barraco que afundou com toda tragédia. Eu tinha dezesseis anos e o meu irmão onze anos. Todos morreram menos eu e ele. Eu e ele tavamos na rua quando tudo aconteceu e a rua ficou sendo a nossa casa. Como eu e meu irmão tavamos indo na escola, a gente ia lá pra comer e quando não tinha aula a gente roubava comida na feira ou pedia ou comprava com a esmola. A faxineira de um prédio ajudava a gente com comiga e o negão do posto também, eram pessoas pobres que sabiam que a gente era mais pobre ainda. No começo do ano passado o negão falou com o dono do posto e ele me ajudou a arrumar um emprego no outro posto dele e deixou eu e meu irmão morar numa casa de tijolo que ele tinha do lado do posto e ainda falou com o tio do mercadinho para empregar o meu irmão. Foi quando deixamos de morar na rua, só que não paramos de estudar. Eu entrei na faculdade e meu irmão vai tentar entrar no ano que vem, Deus vai ajudar. Eu sou muito agradecido pelo que a tia faxineira, o negão e o dono do posto fizeram por nós. Um dia vou mostrar para todo mundo que para ser um menino de verdade a gente precisa ser agradecido pelos anjos que ajudam a gente.
Egidio
ResponderExcluirOntem fiquei com muita emoção, só pode ter sido a mão do Senhor, ganhei seu livro Pinóquio do Asfalto em um sorteio. Li o livro duas vezes e hoje eu não podia deixar de escrever para você.
Durante um tempo eu morei na rua com o meu irmão mais novo, nós vivemos o inferno. A gente não tinha o que comer, não tinha o que vestir, nem como tomar banho. Minha família era pobre, meu pai eu nem sequer sei quem foi, a minha mãe, minha irmã e minha avó moravam no Morro do Bumba com a gente no Rio de Janeiro, num barraco que afundou com toda tragédia. Eu tinha dezesseis anos e o meu irmão onze anos. Todos morreram menos eu e ele. Eu e ele tavamos na rua quando tudo aconteceu e a rua ficou sendo a nossa casa. Como eu e meu irmão tavamos indo na escola, a gente ia lá pra comer e quando não tinha aula a gente roubava comida na feira ou pedia ou comprava com a esmola.
A faxineira de um prédio ajudava a gente com comiga e o negão do posto também, eram pessoas pobres que sabiam que a gente era mais pobre ainda.
No começo do ano passado o negão falou com o dono do posto e ele me ajudou a arrumar um emprego no outro posto dele e deixou eu e meu irmão morar numa casa de tijolo que ele tinha do lado do posto e ainda falou com o tio do mercadinho para empregar o meu irmão. Foi quando deixamos de morar na rua, só que não paramos de estudar. Eu entrei na faculdade e meu irmão vai tentar entrar no ano que vem, Deus vai ajudar.
Eu sou muito agradecido pelo que a tia faxineira, o negão e o dono do posto fizeram por nós. Um dia vou mostrar para todo mundo que para ser um menino de verdade a gente precisa ser agradecido pelos anjos que ajudam a gente.
Nossa, é de arrepiar.
ResponderExcluirLembro dessa tragédia.
Boa sorte, menino.
Eliomara